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 Alimentação em Criança

Por: Raul Emrich Melo

Depois que temos filhos é que percebemos o que é ficar completamente apaixonado por uma criança. Ao mesmo tempo, ficamos com medo de que algo dê errado. Depositamos na comida uma parcela grande deste sucesso. “Ora, se ele não comer direito, não crescerá, não será inteligente, etc.”. Imaginamos, então, que se ele não raspar o prato, ficará doente. Aí começam os problemas.

Todas as crianças têm o potencial de se alimentar de forma saudável, com alimentação variada. Algumas com aceitação mais rápida e fácil, outras mais lentamente. Com raras exceções, são nossos hábitos e nossa ansiedade que impedem este processo natural. Portanto, nós adultos precisamos mudar algo quando a criança não se alimenta bem. Como?

Primeiro: meu filho está doente?
Só o pediatra pode dizer se há algo de errado, ressaltando que “magreza” não é doença.

Não ponha a culpa na criança
Expressões como “ele não aceita nada”, ou “ela não ajuda” só pioram a situação. Elogie em lugar de criticar: “muito bem, você ficou 15 segundos sentado!”. A criança tende a repetir e aumentar o comportamento elogiado.

Seu filho sente prazer quando chega a hora do almoço?
Se a resposta é NÃO, é porque os adultos tornaram este momento muito desagradável para a criança, inibindo o apetite. Relaxe, converse sobre o dia e esqueça um pouco a comida. Permita que o momento seja gostoso.

Ele só come besteiras
Então não compre. É simples assim. Combine os dias para determinadas guloseimas e só compre o suficiente para aquele momento. Mas se é um parente que impede este processo, vamos conversar e pedir ajuda.

O importante é experimentar
“Minha filha, se você experimentar ganhará uma abraço bem forte”. Não dê prêmios materiais. Acredite: sua palavra, seu sorriso e seu abraço valem mais que um presente. Deixe claro que não há a necessidade de comer, apenas de experimentar. Estudos mostram que alguns alimentos só são aceitos após 8 a 10 tentativas.

Respeite a criança
Você pode ainda perguntar com jeitinho: “Não quer então comer só um pouquinho mais da torta?”. Se a resposta é novamente não, respeitemos.

Vá à feira
Mostre como é gostoso conversar com as pessoas, escolher alimentos, experimentar pedacinhos deliciosos de frutas. Alimentação não é só colocar algo goela abaixo. Existe um mundo fascinante que gira em torno do plantar, comercializar, escolher, cozinhar. Apresente tudo isto ao seu filho. Você já conhece, ele não.

Vamos cozinhar
Seu filho tem avental? Ele tem livro de receitas? Ele prepara a comida do jantar de quinta-feira? VOCÊ deve propor isto, não espere que ele o faça.

A fome é um bom estímulo
Se não almoçar, pode ter certeza que acabará comendo, hoje ou amanhã, e não ficará doente por isso. Mas se comer algo entre as refeições, é previsível que também não jantará. Adulto, segure sua ansiedade!

O exemplo, como sempre, é o principal
“Nossa, esta salada está deliciosa!”. A criança observa, observa, e em breve ficará curiosa. Não tenha pressa, a aceitação de alguns alimentos pode levar muito tempo.

Explique o que é comida saudável
Aos poucos seu filho começa a aprender que cuidar da saúde, além do sabor dos alimentos, também traz prazer. “Esta cenourinha faz bem para os olhos”.

Dr. Raul Emrich Melo

 

 

 
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