Pacientes ficam frequentemente confusos com a quantidade de “ites” que são usadas no vocabulário médico. Sinusites, cistites e bronquites são apenas alguns exemplos com o sufixo grego que significa inflamação, ou seja, uma irritação em que há vermelhidão, inchaço e, às vezes, também dor ou coceira. Para os médicos, quando há o ataque de outros organismos (bactérias invadindo a amídala, por exemplo), o termo técnico a ser utilizado é “infecção”.
A inflamação pode ser benéfica, pois permite a recuperação de tecidos lesados em um acidente, ou então facilita a chegada de defesas (como células especializadas) em locais onde microorganismos estão crescendo e destruindo uma parte de nosso organismo. Na rinite viral, a irritação (ou inflamação) da mucosa nasal dura alguns dias até que a invasão de um vírus (ou infecção) seja bloqueada pela ação de nosso sistema imunológico. Em outras palavras, a inflamação também pode ser a consequência de uma infecção. Nesse período, coceira, coriza (liquido transparente que desce pelo nariz), espirros e congestão nasal (a sensação de nariz entupido) podem ocorrer de forma intensa.
A inflamação, no entanto, pode ser uma reação equivocada de nosso sistema de defesa, levando a um mau funcionamento do nariz, sem que tenhamos as vantagens da expulsão de um vírus agressor (como ocorre no exemplo da rinite viral). A alergia é um desses processos de autolesão em que nossas células de defesa destroem parte da mucosa nasal sem benefício evidente. Assim, esta inflamação nasal específica, ou seja, a rinite alérgica, pode durar meses, até anos. Portanto, podemos contrapor a rinite viral, que tem sintomas por um período curto (é uma rinite aguda) com a rinite alérgica de muitos pacientes, que tem uma inflamação prolongada (em termos médicos: crônica).
Entender essas diferenças é o primeiro passo para um tratamento adequado dos sintomas nasais que tanto incomodam pacientes com rinite prolongada.
Dr. Raul Emrich Melo